BIO PELLETS BRASIL
BAGAÇO DE CANA
GERAÇÃO DE ENERGIA LIMPA
Entrevista de Celso Oliveira Presidente da Associação
Brasileira das Indústrias de Biomassa e Energia
Renovável publicada na Revista PelletMill Magazine da
Inglaterra-Estados Unidos
Nos meses de janeiro á março no Brasil tem-se a
colheita da cana-de-açúcar. Existem 440 usinas do
setor sucroenergético que precisam encontrar uma
finalidade para as montanhas de bagaço de cana que
sobram no processo industrial.
O Brasil é o maior produtor mundial de cana e a sua
crescente indústria de cana ganha bilhões por ano
com o açúcar, adoçantes, etanol, álcool e até mesmo
energia elétrica pela queima de a maioria da fibra da
cana, chamado bagaço. Mas eles não podem queimar
tudo. Cada ano o Brasil acumula milhões de toneladas
de bagaço, que, até agora, sendo tratadas como um
fardo ao setor industrial. No Brasil os produtores de
pellets tentaram e falharam por décadas na produção
de um produto de qualidade e competitivo no mercado
internacional. Tentaram com a madeira e depois com o
bagaço de cana sem sucesso.
Mas um grupo de novos empreendedores liderados pela
Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa e
Energética e pela Brasil Biomassa e Energia Renovável
estão uma adotando grande estratégia industrial com o
uso de uma revolucionária tecnologia para a produção
de biopellets de bagaço de cana com qualidade e
padrão europeu. É por isso que biopellets de bagaço de
cana gera os créditos de carbono. As empresas
européias estão buscando novas fontes de energias
para atender a meta da União Européia de 20% de
redução das emissões de carbono.
Como pode BioPellets de Bagaço de Cana ajudar
na redução das emissões de CO2? O uso de
BioPellets de Bagaço de Cana como combustível
(geração energia industrial e térmica) tem um
enorme potencial para reduzir as emissões de
gases de efeito estufa. A biomassa da cana-deaçúcar
absorve o dióxido de carbono através da
fotossíntese e o armazena na sua composição na
forma de carbono.
O seu potencial fotossintético ultrapassa o da
grande maioria das plantas na flora brasileira. Isto
ocorre, em grande parte, por ser uma planta do tipo
C4 ,capaz de eliminar as perdas de dióxido de
carbono através da fotorrespiração das folhas,
tendo assim um poder continuado de fixação de
carbono. No balanço de massa de emissão e
CO2
seqüestro de no setor sucroenergético,
utilizando uma metodologia de avaliação de ciclo de
vida (ACV) de geração de eletricidade excedente, é
calculado o balanço de CO2.
Baseando-se na metodologia de ciclo de vida,
conclui-se que o cultivo da cana-de-açúcar para a
produção de eletricidade renovável (pellets)
proporcionou um saldo positivo no seqüestro de
CO2. Ao se comparar com outras formas de
geração de eletricidade, a energia produzida em
Biopellets de bagaço de cana apresenta os mais
baixos valores de emissão de CO2
Brasil Biomassa e Energia Renovável detém a
mais avançada tecnologia industrial de produção de
biopellets de bagaço de cana, produto testado e
aprovado pelas grandes companhias européias.
O projeto Biopellets Brasil iniciou-se em 2008
reunindo engenheiros e empresários liderados por
Celso Oliveira tornando-se referência nacional e
internacional.
Se a produção de biopellets de bagaço de cana fossem
fáceis o Brasil já seria o líder mundial em consumo e
exportação.
São 440 usinas que processam a cana-de-açúcar com
mais de 556 milhões de toneladas na safra 2010-11 e
um aumento em 3% ao ano anterior. Depois da
moagem da cana-de-açúcar, 30% do peso terminal
como bagaço fibroso (quase 167 milhões de toneladas
na safra passada).
Entretanto, algumas usinas de cana no Brasil queimam
o bagaço na co-geração de energia. Segundo dados
oficiais dos órgãos do setor, cerca de 33,4 milhões de
toneladas de bagaço poderiam ser utilizados no
mercado de produção de pellets e briquete.
Mas este trabalho de produção de biopellets de bagaço
de cana não é simples. A Brasil Biomassa e Energia
Renovável gastou milhares de horas de trabalhos,
testes em laboratórios do Brasil e da Europa para obter
um produto de qualidade.
Mas o mercado de pellets é novo no Brasil. Hoje
existem mais de cinco plantas industriais que produzem
pellets de madeira em quantidade anual de 200.000
toneladas e quatro plantas industriais que produzem
biopellets de bagaço de cana.
Em São Paulo vai ser instalada em 90 dias a maior
unidade industrial internacional de Biopellets de bagaço
de cana (produção anual de 120.000 toneladas) em
projeto todo desenvolvido e estruturado pela Brasil
Biomassa. Todo o produto será exportado para a
Holanda e o Japão.
Segundo o Presidente da Associação Brasileira
das Indústrias de Biomassa e Energia
Renovável Celso Oliveira, o mercado de pellets
e biopellets vai ter um grande avanço no Brasil.
Nos próximos anos teremos as maiores plantas
industriais de pellets de madeira com o uso dos
resíduos florestais e de biopellets de bagaço de
cana.
Mas se o Brasil não iniciar os projetos industriais
de pellets e biopellets, os maiores grupos
industriais da Inglaterra, Holanda e Alemanha
vão ingressar no mercado nacional. A estratégia
será de produzir no Brasil e de queimar nas
termoelétricas na Europa para a geração de
energia. O Brasil precisa acordar e conhecer
melhor este promissor mercado industrial e
energético.
A Brasil Biomassa e Energia Renovável que
está implantando a maior planta industrial de
biopellets em São Paulo tem outros projetos em
desenvolvimento para os maiores grupos
empresariais do setor sucroenergético. A
empresa detém uma tecnologia de
potencialização da fibra do bagaço de cana para
a produção industrial. Hoje o biopellets
produzido no Brasil e certificado na Holanda,
Itália e Alemanha tem um poder calorífico
próximo do pellets de madeira e um baixo teor
de cinza e de umidade. O biopellets de bagaço
de cana da Brasil Biomassa tem a menção
européia de produto 100% renovável o que é
um ponto importante para a obtenção de crédito
de carbono.
A Brasil Biomassa desenvolveu uma tecnologia para facilitar o
processo de peletização do bagaço de cana. O bagaço tem uma
fibra longa e precisa passar por um processo de moagem.
Potencialização é sistema de uniformização da fibra do bagaço de
cana. Adequando a matéria-prima para o processo industrial, com
um produto com diâmetro de 8 a 10 milímetros e um valor
calórico de 6,0 kcal por quilograma (kcal / kg) (ou 6,5 quilowattshora
por quilograma), e uma energia equivalente a 0,6 kg do óleo
combustível. O produto final tem 1,0% de cinza que pode ser
utilizada como fertilizante. Utiliza-se 2 kg de bagaço de cana com
umidade padrão de 50% para produzir 1,0 Kg de pellets (de 8,0 a
10,0% de umidade).
O biopellets de bagaço de cana produzido pela Brasil Biomassa foi
testado em caldeira térmica em rede hoteleira em Santa Catarina e
na caldeira industrial da Stora Enso no Paraná com uma baixa
emissão de gás carbônico. O produto foi testado com sucesso de
lareira residencial em Lisboa, Portugal. A Essent trading hoje
RWE uma comercializadora de energia na Holanda avaliou o
produto e atestou a sua qualidade para a geração de energia
térmica. A RWE também qualificou o produto e certificou em
laboratório de biomassa na Holanda. O mesmo aconteceu na
Alemanha com a GEE Energy e aprovou o produto como apto para
o uso industrial dentro das normas de pellets e biocombustíveis
sólidos da União Européia.
A unidade industrial biopellets em São Paulo tem uma capacidade
de produção anual de 120.000 toneladas. Localizada dentro de um
perímetro industrial com mais de 22 usinas fornecedoras de bagaço
de cana e com uma logística estruturada para o transporte
ferroviário do biopellets até o Porto de Santos. Um mercado enorme
de potenciais clientes industriais de Bauru até São Paulo. Mas um
grande grupo empresarial do Japão apresentou uma proposta de
compra de toda a produção industrial por dez anos. Negócio seguro
para os novos investimentos da empresa produtora.
O setor sucroenergético está em grande fase de desenvolvimento
no Brasil visando agregar valores em toda a estrutura industrial.
Cogerar energia com o bagaço de cana foi um bom negócio no
passado. Os valores dos leilões de energia no Brasil são menores
do que os praticados no mercado europeu, além de que existem os
elevados custos para uma mudança de matriz energética com
equipamentos industriais de co-geração. Existem estudos em
avaliação do etanol celulósico mas existem os problemas de custo
elevado de produção e a eficácia do produto final. Mas hoje
existem novas formas de valoração do bagaço de cana.
Fazer a escolha fácil
A melhor alternativa para o setor sucroenergético no Brasil é a
utilização do excedente do bagaço de cana na produção de um
produto renovável como o briquete ou o biopellets. A Europa que é
muito criteriosa em termos de matéria-prima aprovou o uso do
biopellets de bagaço de cana. Este será o futuro do mercado de
pellets no Brasil.
O BioPellets de Bagaço de Cana é o combustível sólido
mais limpo que existe no mercado. Devido às caldeiras
de combustão altamente eficiente desenvolvidas ao
longo dos últimos anos, a emissão de compostos
químicos, como óxidos de nitrogênio (NOX), ou
compostos orgânicos voláteis, é muito reduzida, o que
torna o BioPellets de Bagaço de Cana é uma das formas
de aquecimento menos poluente disponíveis atualmente
no mercado.
Quais as vantagens econômicas e funcionais? O
aspecto principal é sem dúvida a sua funcionalidade,
pelo sentido prático que proporciona o manuseamento e
armazenamento que garantem um fácil transporte.
Acendem rapidamente (em recuperadores automáticos)
e deixam poucos resíduos de cinzas, o que facilita a
limpeza. O menor consumo e o custo inferior quando
comparado com o gás, diesel e eletricidade, permite uma
poupança considerável no aquecimento seja periférico ou
central. Permite o conforto e beleza com uma combustão
mais limpa, eficaz e com maior aproveitamento calórico.
Quais as vantagens ecológicas: Utilizando os resíduos
de bagaço de cana, não implica em utilizar qualquer
produto florestal. Ao dar um destino aos resíduos das
limpezas, diminui-se o risco de incêndios. Tem menor
impacto ecológico face a combustíveis derivados do
petróleo, é classificado como um combustível renovável,
da categoria da Biomassa. É uma matéria-prima
disponível no nosso país (logo uma fonte de energia
endógena) A reduzida emissão de cinzas e partículas
poluentes, tornam o BioPellets num combustível
renovável e de energia.
MERCADO INTERNACIONAL PELLETS
A busca de fontes renováveis de energia é uma
tendência global que se fortaleceu nos últimos anos. A
Europa se destaca neste cenário por estabelecer metas
agressivas e incentivos para a substituição de
combustíveis fósseis por fontes renováveis. O Potencial
de biomassa no mundo é de 5,650 MTOE/y . A
necessidade de utilização da biomassa na Europa é alta
de 600 MTOE/y e deverá aumentar em 38% até o ano
de 2020. Hoje a Europa consome 10,5 milhões de
toneladas de pellets. A perspectiva é que em 2020
aumente o consumo para 80,0 milhões de toneladas. O
Biopellets de bagaço de cana poderá suprir o mercado.
O Reino Unido tem o mais ambicioso projeto de redução
das emissões de GEE na Europa. O Reino Unido se
comprometeu a aumentar a quota das energias
renováveis de 15% em 2020, a partir de apenas 1,3%
em 2006. Em termos de energia renovável, os alvos do
Reino Unido são ainda mais ambiciosos. No ano
passado, o governo publicou o projeto de estratégia de
energia renovável, que propôs que os fornecedores de
eletricidade deve gerar 30-35% com fontes renováveis
até 2020, contra apenas 5,3% em 2007. Estima-se a
existência de doze grandes projetos no Reino Unido
com o consumo anual equivalente a 206 milhões de GJ
/ y ou cerca de 12 milhões toneladas ano de pellets.
O Estudo da KPMG Anual Global de Fusões e
Aquisições de Energia Renovável em todo o mundo
constatou que 37% dos grandes investidores planejam
investir em projetos de biomassa. Eles preferem as
empresas produtoras de pellets devido ao seu
potencial para render retornos muito superiores a outras
tecnologias renováveis.
Merger and acquisition transactions activity among renewable energy companies on the rise
China rises to second place after the US on list for renewable energy investment
20 June 2011 - The year 2010 was an active year for renewable energy mergers and acquisitions (M&A), with a total of 446 deals completed. This represents an increase of over 70 percent on the 260 deals closed in 2009 according to Green Power: 2011, KPMG’s annual survey of global renewable energy M&A. This survey highlights the hot spots and drivers of deal activity around the globe.
M&A activity levels are showing no signs of cooling off in 2011, with a record 141 renewable M&A deals, totalling US$11.2bn, announced in the first quarter of the year. This represents more than double the average quarterly value of US$5.5bn in 2010, spread over an average of 96 announced deals.
Commenting on the latest findings, Mr Sharad Somani, Partner, Global Infrastructure & Projects Group at KPMG in Singapore said, “The renewable M&A market has had a busy start to 2011, with a substantial jump in global activity which looks set to continue. In particular, our survey has shown that deals in the US$50m - US$0.5bn bracket are likely to see the greatest increase. Overall, higher competition for targets is expected to push up global valuations driven by better financing conditions, a post-Fukushima reinvigoration of sentiment and soaring oil prices as well as some new acquirers, including Asian manufacturers and potentially pension funds.”
Asia – rising star in renewable energy
The predicted growth in renewable energy M&A is expected to be underpinned by new investors and acquirers coming to the market from Asia. Some 78 percent of all survey respondents expect new players to come from China, and 42 percent from India.
This trend is already evident. Asian companies made 59 renewable energy acquisitions in 2010, compared with 29 acquisitions in 2009.
In China, the acquisition by Chinese turbine manufacturer Goldwind of the 106.5 MW Shady Oaks wind project in Illinois from Mainstream Renewables in December 2010 is a notable development. According to Mr Somani, the approach taken by the Chinese is holistic, “It is not just about selling turbines. They are entering this space early and being in it for as long as possible. They are looking to deliver both capital and operational expenditure advantages, and provide investment capital backed up by a conviction of market recovery in the medium term.”
New players are also emerging from Japan and Korea. In late 2010, for example, the electric products manufacturing giant Sharp announced the acquisition of US solar project developer Recurrent Energy for US$305m. The Korean industrial group Doosan Power Systems also announced in March 2011 plans to invest up to £170m in Scotland’s wind sector over the next ten years.
Investing in one’s backyard
One of the most striking findings from the survey is the regional-bias of investors and companies worldwide.
According to the survey, American respondents are twice as likely to invest domestically in preference to China, India, Germany or the UK. European respondents are no different focusing on core European markets such as Germany and the UK.
Asian respondents are less regionally biased but still indicate a strong preference towards investing within their own geographies ahead of the USA, Canada, Germany and the UK.
In China for example, domestic acquisitions accounted for 63 percent of all renewable energy M&A activity in 2010 (US$1.9bn). By contrast, acquisitions of Chinese firms by US companies only accounted for 11 percent of the total value of Chinese M&A activity, whilst acquisitions by European companies represented a mere 3 percent.
The survey responses suggest that countries may not be able to rely on cross-border investment to plug their domestic renewable energy funding gaps.
“Investors and lenders are still cautious,” notes Mr Somani, “In order to attract and secure investment, the returns and risk profile must measure up against each investor’s criteria and appetite for risk. To this end, if governments are to successfully attract new capital cross-border, they must focus on incentives and regulation mechanisms that have clarity, credibility and stability.”
Other findings from the survey:
• The top five targeted countries for renewable energy investment are the US, selected by 53 percent of the respondents, China (38 percent), India (35 percent), Germany (34 percent), and the UK (33 percent). The main mover is China, which this year moved from fifth to second position
• Biomass was found to be the most compelling renewable energy sector again, with over 45 percent of respondents intending to invest (2010: 37 percent); closely followed by solar at 39 percent (2010: 37 percent), while onshore wind lost ground at 30 percent (2010: 35 percent) and appetite remained limited but broadly stable for offshore wind at 10 percent (2010: 11 percent)
• Over 70 percent of North American, Asian and European respondents predict increased competition for acquisition targets
• Globally, over 40 percent of corporate and investor respondents intend to pay 3 to 5 times EBITDA for renewable energy companies over the next 18 months, compared with last year when most respondents intended to acquire assets at or below 3 times EBITDA (39 percent).
***
About the research:
KPMG commissioned VB/Research, a specialist renewable energy research and data provider, to survey 500 senior executives in renewable energy between January and March 2011. Surveyed respondents were spread across Europe (30 percent), North America (30 percent) and Asia-Pacific (30 percent), with the Middle East, Africa, and South America accounting for the remainder. The respondents were made up of corporates; investors; debt providers; government bodies and advisers.
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