Por alguns dias fomos bombardeados com a pergunta intimidativa.Talvez pelo ineditismo da proposta:
"O sr. quer o número do CPF na Nota Fiscal Paulista?"
Normalmente a resposta era "não" pois não sabia ou entendia do que se tratava.
Depois de registar o CPF "involuntariamente", percebi no portal do governo meus primeiros e modestos créditos a receber, uma forma interessante de obter "descontos" inviáveis na boca do caixa.
Claro que para muitos, paira a a neurose de cruzamento de dados que resultem em cerco à sonegação, mas asseguro que a questão é bem mais simples e tranquilizadora do que parece, ao menos para quem leu o mais recente livro do empresário, guru e louco, Ricardo Semler.
A principio não há correlação entre Nota Fiscal Paulista e crédito de carbono. Só a principio.
A engenharia computacional e o ótimo desenho do site que sustenta a pergunta básica, merece os mais densos elogios.
O governo paulista se superou!
A exemplo do poder de escolha conferido aos contribuintes com os flex fuel, os créditos de carbono, agora, irão diretamente para os proprietários de veículos flex fuel ao utilizarem etanol e tendo o registro obrigatório da placa do veículo na Nota Fiscal Paulista pelos frentistas.
Neste caso a operação é em escala federal e o governo não leva imposto, mas o isprédi de compra/venda de CC, uma vez que a economia feita com a troca do combustível fóssil pelo etanol nos carros flex fuel pode ser convertida em créditos de carbono, que será vendido para empresas ou governos estrangeiros nos países não desenvolvidos em energias renováveis onde o Brasil é caso único no mundo.
Esse é um mecanismo previsto no Protocolo de Kyoto, que estabelece metas para a redução da emissão de poluentes em todo o mundo e uma forma dos brasileiros obterem os créditos pelo avanço obtido em bioenergia e sedimentar a vantagem competitiva "da escolha" pois uma combinação de preços altos do petróleo/etanol, algo cada vez mais viável a medida que etanol caminha para se tornar uma comóditi global.
Se apenas com a alta recente do açúcar o etanol sofreu um aumento exuberante que tirou sua competitividade frente aos combustíveis fósseis, imaginem o impacto do aumento simultâneo do petróleo/etanol?
Trinta anos de Proálcool podem evaporar-se pois este risco é inerente a um cenário de complexas interações globais que fez com que o mercado financeiro/industrial, frente ao bug energético/financeiro de 2008, perdesse a capacidade de medir e administrar riscos frente às novas demandas por sustentabilidade, notadamente o ícone norte-americano General Motors que assumiu o risco de apostar por 25 anos em veículos grandes (em tamanho e consumo) e quebrar quando o preço dos combustíveis dobrou.
Transferir os créditos de carbono diretamente para os usuários de etanol reforça a estratégia ambiental e de diversidade energética, o que remete a frota de transporte público também flex fuel, uma vez que já tivemos um boom de veículos puramente à alcool na década de 80 no Brasil, um verdadeiro tiro no pé e um chute no saco, solucionado com os flex fuel.
A produção global de etanol tende a estabilizar (ainda que no longo, bem longo prazo) no Brasil e continuar crescendo em outros países mais verdes como Caribe ou África, portanto, o benefício fiscal (crédito de carbono aos proprietários de veículos flex fuel) pode e deve ser exportado para os países consumidores.
Se já não foi, é interessante para o evento Alcoolduto , enriquecer o gráfico "ETANOL NO BRASIL (m³)" para "ETANOL NO MUNDO (m³), preferencialmente registrando os eventos legislativos citados, a causa da mudança na demanda/produção, para que o legislativo local/global integrado, by entanol lobby, blinde a cadeia de valor contra marolinhas, mantendo o estímulo para que os projetos de plantas de etanol, hj no Brasil, só na planta, virem realidade.
http://www.fiesp.com.br/agencianoticias/2009/11/17/porto_sao_sebastiaao_depto_hidroviario.pdf
Igualmente, o Gráfico 3 de estudo da EPE – "Preços nacionais do Brent, gasolina ex refinaria, do álcool hidra da gasolina ao consumidor (US$/litro valores constantes)" deve ser enriquecido com o recente aumento do preço do etanol e seu respectivo pa/pg para justificar o risco eminente de aumento simultâneo do custo do etanol/gasolina que citei anteriormente, o que pode nos remeter à década de 70, ou, o segundo choque do "petroetanol", que seria mais constrangedor que o primeiro.
Neste gráfico, vemos uma tendência de alta nos custos dos combustíveis fósseis, acompanhado por um pa/pg conivente, o que não deveria acontecer por não se tratar de uma commoditie relacionada à petróleo, ou pelo menos não deveria e isso mostra a vulnerabilidade à especulação em matriz renovável que já assistimos em passado recente.
http://www.epe.gov.br/Petroleo/Documents/Estudos_28/Cadernos%20de%20Energia%20-%20Perspectiva%20para%20o%20etanol%20no%20Brasil.pdf
ANP: etanol deixa de ser vantajoso em 14 Estados
Este aumento ocorreu por pura especulação, a exemplo do ponto de inflexão global em 2008, manifesto no aumento do petróleo, quando de 2007 para 2008 a produção/consumo global foram de +0,4/-0,6% respectivamente, o que mostra que o mundo é Bmóle e Sustentabilidade se mostra mais interessante à medida que a vantagem explícita/financeira, na forma de din din (crédito de carbono) aos proprietários de FF contribui para evitar, ou minimizar o risco de aumento simultâneo de petróleo/etanol conduzido por grandes especuladores que tem o que os proprietários de Fuel Flex e cidadão da Sustentabilidade ainda não tinham:
Liquidez financeira.
http://www.estadao.com.br/noticias/economia,anp-etanol-deixa-de-ser-vantajoso-em-14-estados,453532,0.htm
http://www.blogger.com/goog_1258843357716
É importante ressaltar que créditos de carbono no contribuinte é uma transferência de renda verde, onde o Brasil é exemplo em transferência de renda social. Já o dinheiro para estes créditos verdes estão nos leilões via MDL, reconhecido pela ONU, mercado voluntário ou esverdeando IOF nos investimentos no Brasil, uma tendência contínua, crescente e constante porque temos mercado interno gigante e, ainda assim suprir o mercado externo (mais um caso único no mundo) , pois mesmo com 2% de IOF, ainda temos gordura para queimar, pois o capital é levantado lá fora à zero% juros e aplicado no Brasil a (8% - 2%IOF) 6%, logo, Sustentabilidade no Brasil e no mundo está bem servida em termos financeiros para suportar taxas de crescimento interessantes para os próximos milênios sem pânico.
Diferentemente do paradigma buraco de ozônio, onde os CFCs (produzido pela ICI,Du Pont, Atochem, Hoechst, Allied Chemicals) foram substituidos pelos HCFCs e produzidos pelas mesmas empresas, agora, todos os contribuintes querem os dividendos da mudança do modelo econômico sobre o mantra Mudanças .
Esse é o novo paradigma do mundo globalizado : Din din pra todos!
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