domingo, 25 de julho de 2010

Capitalização da Petrobrás

A pressão no centro do planeta Terra é de 4 x 10E11 Pascal no Sistema Internacional de Medidas(SI) ou 580 150 951 psi no Sistema Inglês de Medidas e adotado pela BP para informar que a pressão era crescente e estava em 6900 psi em 25/07/2010 no BOP defeituoso e que continua a vazar óleo, ainda que em menor escala. Já a temperatura no centro da Terra está por volta de 5000 ºC e quando o magma líquido atinge a superfície da Terra, através de vulcões, é resfriada entre 700 e 1200 °C. 


Processo análogo ocorre com o petróleo que vai de 200ºC nas rochas oleaginosas da camada Pré-sal sendo resfriado até 90ºC quando atinge a boca do poço no leito do oceano onde a temperatura da água é de 4ºC.


Toda empresa petrolífera opera perfurando poços em direção e, se aproximando do centro da terra, portanto, a premissa básica é fazer perfuração e exploração segura e rentável até o parcial ou total esgotamento do poço depois de obter a sobre-vida do mesmo com injeção de nitrogênio ou CO2 quando cessa a pressão natural gerada pela presença de metano que "empurra" o óleo para o leito/superfície.


Embora um (Blow Out Preventer) BOP tenha sido concebido inicialmente para estancar totalmente o fluxo de petróleo em uma situação de emergência, como a ocorrida na plataforma exploratória Deepwater Horizon e conectada ao poço Macondo no Mississippi Canyon do bloco 252 (MC252), esta era uma prerrogativa de segurança não aplicável na Exploração em Águas Ultra Profundas (EAUP) desde o começo, onde a aproximação do núcleo da terra aumenta naturalmente a pressão e temperatura, inclusive mudando o conceito de "surgimento e formação de petróleo", que, caso não esteja fundamentada no depósito de sedimentos orgânicos e de produção limitada, cria um novo cenário de aumento das reservas e consequentemente dos riscos exploratórios, uma vez confirmado que a formação de petróleo tenha ligação direta com as altas temperaturas e pressões no núcleo da terra e não da superfície. Consequentemente, o primeiro raciocínio implica na percepção equivocada do aumento de custos/riscos, quando na verdade está ligado as políticas de governança corporativa inadequadas, a exemplo da aplicada na exploração e solução para o poço Macondo.


Atualmente não temos tecnologia disponível comercialmente para estancar 100% um poço perfurado em EAUP onde atingi-se pressões e temperaturas superiores à 20000 psig/200ºC, portanto, a primeira função de segurança do BOP - estancar o poço - não se aplica, enquanto o sucesso comercial de empresas que atuam na EAUP como a Petrobrás, está na competência e foco na segunda e principal função do BOP - Regular a pressão na cabeça do poço mantendo o fluxo de óleo/gás em valores de pressão/vazão contínua e controlada, o que não é possível, ainda, em 20000 psi, psi ou mesmo psig, pequenas variações de convenção para pressão absoluta ou manométrica, daí a importância dos esclarecimentos para os BOP´s contratados pela Petrobras de 5000 psi, quando no poço Macondo, parcialmente estanque, já que continua vazando, a pressão é de 6900 psi,portanto, não podemos esperar em uma emergência no Pré-Sal ou em qualquer lugar do mundo as ações de estanqueidade, mas de fluxo seguro contínuo de óleo e gás até o esgotamento comercial do poço.


A manutenção de pressões constantes à valores seguros/adequados para a manipulação/exploração de óleo/gás é obtida com o BOP atuando como um by-pass (desvio) do fluxo de gás/óleo/pressões excedentes para outras linhas/risers/reservatórios ou simplesmente "queimando", na impossibilidade do controle total do fluxo e assim se mantém a pressão e fluxos adequados nas linhas "comerciais" que alimentam os cargueiros. Lembrando que a decisão de queimar constitui uma clara ineficácia empresarial e comercial que, associado aos riscos naturais, é portanto, mais uma característica de que diminui a atratividade comercial de uma empresa no ramo de EAUP o que demonstra a fragilidade de política de governança corporativa em um segmento com constantes, crescentes e contínuos desafios.
 
Este novo viés implica em menos comunicação/transparência do tipo para "inglês ver" e uma abordagem franca/segura por parte de empresas competentes como a Petrobrás líder em EAUP, junto à investidores e o mercado leigo, contrariando as sugestões de analistas que afirmam que o momento não é adequado para novas emissões de ações pela Petrobrás objetivando capitalização exatamente para superar estes desafios.


Pelo contrário.


Pelo contrário. 


Este cenário projetado de crise é também a melhor oportunidade para Petrobrás fazer as novas emissões, independentemente da solução BP no Golfo do México, descolando-se das nuvens de incertezas, recuperando-se da recente desvalorização resultante da contaminação já que os investidores entendem que a protelação/prorrogação das novas emissões, justamente para viabilizar a EAUP no Pré-Sal ou Golfo do México, pressupõem a existência de estratégia tímida frente à estes desafios, portanto, a timidez da Petrobrás vai contra seu próprio DNA que surgiu exatamente com o objetivo de não depender de fontes instáveis de energia e indo buscar a solução nos rincões mais desafiadores, como mostra a participação da produção offshore (alto mar), onde é líder, que cresceu nos últimos 30 anos de 10% da produção mundial de petróleo para 38%, em 2007.


O momento requer agressividade estratégica da Petrobras e do setor de EAUP em alinhamento com o mercado financeiro com excesso de liquidez e em constante busca por retornos financeiros consistentes, do contrário, como tem ocorrido, as especulações e o efeito manada resultam em desvalorização da empresa já que o mercado financeiro sabe como se auto-remunerar em atividades não sociais, ainda que com menores retornos.


Diante deste cenário a Petrobrás tem três opções:


1 - Aceitar a ameaça especulativa, o que implica em ficar "congelada", portanto, à mercê destas.


2 - Negar a ameaça especulativa é criar cenário para tomada de decisão assertiva:
  a -  Fugir. Desistir das emissões de ações prorrogando os prazos na expectativa de melhora do cenário em função do sucesso da BP na resolução dos problemas no Golfo do México ou pelas disputa do mercado ( lançamentos Banco do Brasil), ou seja, fazer as emissões em Agosto/Setembro (decisão já tomada).
   2 - Enfrentar as ameaças. Manter os prazos originais de nova capitalização antes da solução BP no Golfo do México. Para isso esclarecer a nova realidade mercadológica que surpreendeu a BP, uma vez que a capitalização também é importante para explorar os blocos em comum entre a BP, ConocoPhillips e Petrobrás no Golfo do México, já que a BP insiste em alardear oficialmente que "nunca realizou ações corretivas em em tal profundidade", ao invés de "terceirizar formalmente" à solução à empresas competentes, uma vez que esta postura apenas dificulta e atrasa a solução definitiva ao "incrementar erros" que aumentam os custos para desfaze-los, para então adotar a solução definitiva que, via de regra é mais simples do que parece.


 Diante deste cenário a Petrobrás tem três opções:




1 - Aceitar a ameaça especulativa, o que implica em ficar "congelada", portanto, à mercê destas.


2 - Negar a ameaça especulativa é criar cenário para tomada de decisão assertiva:


a - Fugir. Desistir das emissões de ações prorrogando os prazos na expectativa de melhora do cenário em função do sucesso da BP na resolução dos problemas no Golfo do México ou pelas disputa do mercado ( lançamentos Banco do Brasil), ou seja, fazer as emissões em agosto/setembro (decisão já tomada).


b - Enfrentar as ameaças. Manter os prazos originais de nova capitalização antes da solução BP no Golfo do México. Para isso esclarecer a nova realizadade mercadológica que surpreendeu a BP, uma vez que a capitalização também é importante para explorar os blocos em comum entre a BP, PhillipsConoco e Petrobrás no Golfo do México, já que a insiste em alardear oficialmente que "nunca realizou ações corretivas em em tal profundidade", ao invés de "terceirizar formalmente" à solução à empresas competentes, uma vez que esta postura apenas dificulta e atrasa a solução definitiva ao "incrementar erros" que aumentam os custos para, primeiro desfaze-los, para então adotar a solução definitiva que, via de regra é mais simples do que parece.


Esperar o sucesso da BP na solução para o problema no Golfo do México é atrasar (como já ocorreu) ou mesmo comprometer todo o sucesso da Petrobrás desde a sua criação se considerarmos que, dentro da premissa de exploração contínua e segura, a última decisão da BP de equilibrar um mini-BOP de 75 ton com engate rápido sobre um BOP de 95 ton certamente compromete a estrutura de sustentação dos BOP´s, mesmo depois da BP ter "reforçado sua base" quando deveria instalar um novo BOP horizontal, ou seja, no leito do oceano e não sobre outro BOP, para então conecta-los por meio de solução profissional à prova de vazamentos e não por meio engates-rápido. Esta decisão preservfa a integridade do poço e sua viabilidade econômica através de exploração segura, ao invés de falar, agora, em tapar o poço concretando-o, o que em tese anula e reconhece a falha de todas as tentativas, já que anteriormente o objetivo era fazer perfurações paralelas que minimizassem a pressão no poço preservando sua exploração comercial.Partindo desta premissa básica, cabe á Petrobrás liderar o setor de EAUP para fazer os esclarecimentos ao mercado de investidores - profissional e leigo, algo até então não praticado e que eleva a política de governança corporativa à um novo patamar de relacionamento e desenvolvimento, até porque, as empresa petrolíferas são importantes players no mercado de energias renováveis, sendo fundamental a solidez do setor de EAUP, para incorporar a matriz fóssil, as fontes renováveis de energia equilibrando o mix energético global sem comprometer o desenvolvimento e crescente demanda por energia.


Partindo desta premissa básica, cabe á Petrobrás liderar o setor de EAUP para fazer os esclarecimentos ao mercado de investidores - profissional e leigo - algo até então protelado mas que são fundamentais para uma nova política de governança corporativa que alimentam um novo patamar de desenvolvimento, até porque, as empresa petrolíferas são importantes players no mercado de energias renováveis, o que implica em um sólido setor de EAUP ampliando as fontes renováveis de energia, logo, equilibrando o mix energético global sem comprometer o desenvolvimento e crescente demanda por energia.


Enquanto isso, as quatro maiores empresas de petróleo do mundo anunciaram a formação de uma joint venture que administrará um fundo de US$ 1 bilhão para controlar vazamento e um sistema de contenção de óleo em águas profundas do Golfo do México, informou o “Financial Times”.


A joint venture será criada pelas empresas americanas ExxonMobil, Chevron, ConocoPhilips e a anglo-holandesa Shell, empresas dispostas a investir 25% individualmente. A BP, responsável pelo vazamento, não foi incluída no plano, portanto, quando já se tem solução para o problema - decisão estratégia e não técnica - esta iniciativa está mais para preparação de um Take Over contra a BP, embora a iniciativa reforça as tentativas por parte dos grupos de petróleo para conseguiram voltar à perfuração de óleo em águas profundas já que o governo americano cometeu o erro de suspender novas explorações depois do acidente da BP, ao invés de se aproximar das empresas competentes no setor baseando suas decisões em uma nova realidade estratégica, oque por hora retarda a auto-suficiência energética americana.


Obama precisa olhar mais para o Sul.

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